sexta-feira, 30 de abril de 2010

Há dias assim... ao final da tarde



- Um cão negro que eu ví ao fim da tarde, este cão já vira dias melhores deduzo eu, este cão caninamente cansado, este pobre cao. Não sei de onde surgiu este cão miserável, mas se ele já teve dias melhores, esses dias já tinham passado há muito tempo, mesmo tudo já deve ter acontecido a este cão, fora atropelado por qualquer coisa, algum veiculo, um acidente que lhe amputara uma das patas da frente e lhe partira uma das de trás, o que a sua movimentação para a frente era uma combinação curiosa entre saltar e arrastar-se. Mas este era certamente o episodio mais recente da sua fraca sorte, um olho tinha cataratas, a sua boca cujo o maxilar estava partido, estava apodrecer de com uma infecção filha da puta, a maior parte do seu pelo desaparecera, a carne exposta revelava as marcas de um espancamento que correra mal, o seu ânus sangrava e o seu faro tinha mau aspecto.
Já presenciei cães com pouca sorte, com o mesmo ardor emocional, pensam que o rafeiro me feriu parte o coração?
Não é essa a questão, a questão é que este cão enquanto esperava pela morte, parou para cheirar e provar os dejectos de outro cão, os quais estavam mesmo ali, enroladinhos e brilhantes, ali mesmo no asfalto quente.
Observei-o, tu queres ver agora! pensei, não vai acontecer nada, no estado que ele esta não vai ser capaz. Espero que ele não o faça. Por favor não faças isso cão,. Espero que ele morra agora!
Mas ele não morreu, morreu alguns minutos depois com a língua de fora, ele arrastou-se inclinou a cabeça, cheirou e lambeu! E uma voz no meu interior disse: aquele vais ser tu.
Fodasse vou ser eu? Porque eu?
Não podia ter escolhido outra pessoa para ver isto?
Não podiam ter escolhido outra pessoa? uma estrela de rock com um cortejo de psicopatas? Um sheik viciado em putas? Um mano do “tas a na boa” com um iate? Qualquer pessoa seria melhor que esta criatura, com os seus objectivos correlativos, o seu maço de tabaco e o seu saldo bancário patético!

Estou no inferno!
Mas para que havia de querer ir para o céu se nao conheço lá ninguem?!

In Olá RikardoRamos

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu Sou


Hoje as lições empoeiradas da minha infância evadiram-me. Completamente!
Acordava pela manha com o braço esticado com as sandálias penduradas no dedo.
Espreguiçava-me e sentiria os cheiros deliciosos do meu quarto, ópio, lã acabada de lavar, salada de atum do jantar de ontem, whisky e um ligeiro aroma da minha vagina dissimulada e amadurecida nos lençóis da cama.
Fumava Marlboro e sentava-me de uma forma estranha, não de pernas cruzadas, não, mas entrelaçadas, como se qualquer postura mais solta deixasse todo o meu corpo desenredo e caindo em pedaços.
Não andaria de pernas juntas, não me sentiria elogiada pelo assobio alheio, dormiria nua e acordava com olhos cheio de remelas, não esperava que alguém me abrisse a porta, não quereria chocolates no dia dos namorados, nem namorados queria, (só aqueles que tivessem QUALIDADE ) pintaria os lábios e os olhos e mostrava o dedo do meio aos trolhas das obras que me chamassem de boa!
Seria uma predadora de homens, não só pelo sexo, mas pelo dinheiro e mais além, burlava-os seriam invadidos pelo horror a fobia, ódio e puta da fúria chocariam como deuses em plena guerra de mundos, ate que se sentissem exaustos e caíssem sobre os joelhos, desculpando-se a eles próprios dizendo promessas entre soluços e lágrimas salgadas.

Eu? Eu seria um anjo.

Hoje preciso de um filme para fugir á realidade da vida.

Há dia em que acordo e assino os textos com o pseudónimo de:

Eva Ramos

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Á noite.


O alpendre esta silencioso, sou perturbado pelos sons desconhecidos que flutuam vindos das sombras das arvores, olho para o céu e vejo como é infinita a sua grandeza, encosto-me na cadeira de baloiço, e acendo um cigarro, fecho os olhos e dou duas passas profundas, e penso como estou perdido e sem palavras. È uma experiencia estranha para mim, porque quando penso na vida há tanto para recordar, mas não consigo sequer escrever o que sinto, ou melhor haverá forma de o fazer?! Apesar da minha tenra idade, o meu coração já bateu mais vezes que o de qualquer outra pessoa, porém tenho fome de viver.
Criei este blog com instituo de querer saber se de alguma forma alguem se identificava com o que escrevo ou da forma como me sinto, afinal não sou o único a olhar o céu, “o céu em que toda a gente foi de ferias, aptece-me gritar até rebentar as artérias”
Não sou poeta, mas tenho uma enorme necessidade de fazer poemas para dizer o que sinto!
Nunca a noite foi tão bela, hoje vou ficar á espera que o sol nasça para sauda-lo!

P.S: Ainda hoje é só segunda feira!

Rikardo Ramos

sábado, 24 de abril de 2010

Bater mal


Ao colocar o meu nome Rikardo Ramos no motor de busca Google a mensagem que aparece é a seguinte: No Results!
Sabem porque?!
Claro que não sabem, passo a explicar; eu faço parte do grupo de pessoas que tem de esperar meia hora na fila nas manhas de domingo para ter pão fresco, faço parte daquele tipo de pessoas que tem empregos com salários miseráveis e que só pensam em contas para pagar, que andam de metro com caras de vomito, que dizem bom dia ás pessoas quando esta a chover, que compram roupa em época de saldo e que sonham com um carro de 400 cavalos que nunca chegarão a ter.
Descobri que não vou ser uma estrela de rock nem milionário como me disseram em criança, e sabem que mais? Estou a ficar muito chateado, muito chateado mesmo.
Hoje desferi um soco na porta de uma casa de banho e gritei bem alto fodasse, pior magoei o pulso, não disse boa noite ao porteiro e não tenho a certeza mas acho que me esticou o dedo do meio. (bem feita para mim)

Hesito mas estou sempre disposto aceitar que é preciso perder o controlo para poder encontrar o que me falta!
O que me falta? Whisky
Pior de tudo é que estou cansado e não tenho ninguém a quem negar sexo!

Delirios RikardoRamos

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Farto, cansado e saturado


Estou farto, cansado, saturado, estou todo fudido, por ter de aturar pessoas sem personalidade, hoje só quero fumar um cigarro em paz, não quero multidões, não quero que me falem de coisas que não tenho o mínimo interesse em saber, quero afastar-me em silencio, quero descobrir um bar novo para não ser reconhecido, beber o meu café, fumar o meu cigarro e ficar em silêncio com os meus pensamentos.
Não quero ouvir falar de banalidade, competições imbecis, modas ou políticos, não quero falar com pessoas sem personalidade.
Eu gosto das pessoas, aserio que gosto, de as ouvir, de falar com elas, de ouvir as suas historias e filosofias de vida, de sorrisos sinceros e vazios, gosto de um abraço falso, aperto de mão sem olhar nos olhos, um beijo rápido sem sentir os lábios.
Hoje só me aptece cuspir na cara de alguem e dizer.

Perciso de deixar de beber e escrever estes desabafos idiotas!



Delirios Misantropia - RikardoRamos

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um dia...


Um dia vou acabar por apodrecer num lar de idosos, uma vergonha para os idiotas que criei.
Vou andar com uma bengala de bambu e ameaçar as pessoas com ela, no mínimo vou ter uma cadeira de rodas e fazer acrobacias .
Vou assediar jovens mulheres e deixar que elas que me chamem velho maluco.
Vou arrepender-me por ter dormido de mais, arrepender-me por trabalhado em demasia, por ter beijado a menos e não ter feito mais sexo.
Vou esperar por visitas que não chegam e quando chegam finalmente a pergunta é sempre a mesma: Como estas hoje? Independentemente da pergunta a minha resposta será sempre a mesma; trouxeste-me a garrafa que te pedi ?!
Vou usar fralda e não ter vergonha, usar placa e salpicar as outras pessoas com saliva.
Vou repetir a mesma coisa duas ou três vezes ao dia e ficar contente por alguém me estar a dar ouvidos.
Vou começar a planear o meu funeral, esperar pela morte, ser abraçado por ela, fazer-lhe o meu melhor sorriso e partir com ela de mão dada sem nunca olhar para trás.
Pelo que vale nunca é tarde de mais para sorrir.

E tu? Já sorriste hoje?!

P.S: Eu bem que podia estar a fazer outra coisa, sei lá tipo… Compras!

RikardoRamos in Delirios de Almoço

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tudo uma questão de logica...


Provavelmente o homem é o unico ser que concegue ter uma boa relaçao com a sua presa antes e depois de a comer.
Devorar como queiram!

E voces sao presas ou predadores?!

sábado, 17 de abril de 2010

Porque não...



Eu gostava era de ter um tio!

Yah, para quê?

Sim um tio que não tivesse filhos e claro que me deixa-se a herança, que fizesse os meus amigos ficarem com inveja, mudar-me para o sol quente da Califórnia, ter uma mesada de quinze mil euros com um aumento de 10% ao ano e ser obrigado a ir a todos os concertos de rock e direito a entrar em todos os bares e experimentar tudo que é álcool e drogas e ratas húmidas.
Ter direito a um cabeleireiro privado que me fizesse ter um bigode como aqueles gajos mafiosos da Itália, jantar sempre em restaurantes caros cada dia com sua mulher, pagar uma caixa de preservativos com uma nota de 500 euros, ver exposições de arte e dizer coisas do género com; c’est magnifique, trés jolie.
Comprar um Ferrari e um Porsche, só para poder dizer; Yes I Can.
Jantar com a Angelina Jolie e com o Brad e com os filhos todos deles , ser fotografado pelos paparazzi e aparecer com o meu melhor sorriso de palhaço todo brilhante, dar dinheiro aos pobres, adoptar um filho pretinho ensinar-lhe a jogar a bola.

Porque?

Olha porque me aptece. fodasse para lá de me fazer perguntas, porra!

Enquanto isso nao acontece vou lavar comboios...

RikardoRamos
Inspiration by Welcome to Wonderland

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Porque sim...


As mulheres são como os estacionamentos, os melhores estão sempre ocupados!

Porquê? Olha porque sim!

P.S: o mundo não vai acabar em 2012 porque tenho uma lata de salada de fruta que só acaba em 2013. Deixem-se disso.

P.S.2: Eu ate encontro bons estacionamentos, á sombra de uma arvore e tudo isso mas estão lá sempre os pássaros a cagar em cima do carro!

Hoje falhei no meu dia, ou será que nasci para falhar na vida?!
Yes, I can!


RikardoRamos in Desabafos

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se eu fosse...


Se eu fosse uma gaja.
Se eu fosse uma gaja era daquelas mesmo más;
Se eu fosse uma gaja seria bissexual;
Se eu fosse uma gaja teria orgasmos todos os dias;
Se eu fosse uma gaja gostava de ouvir elogios, mas nunca os chegava a retribuir;
Se eu fosse uma gaja coscuvilhava as amigas e apreciava os namorados delas;
Se eu fosse uma gaja teria um sorriso que contagiava o mundo de felicidade;
Se eu fosse uma gaja teria um olhar que colocaria o universo em movimento;
Se eu fosse uma gaja seria segura, prudente e falsa;
Se eu fosse uma gaja nunca pagaria uma bebida, deixava que mas pagassem;
Se eu fosse uma gaja praticava karate;
Se eu fosse uma gaja praticava Surf;
Se eu fosse uma gaja os homens andariam á porrada por mim;
Se eu fosse uma gaja teria 1.75cm, seria morena e um rabo melhor que o da Angelina;
Se eu fosse uma gaja andava devagar, teria medo de ficar só, provava todos os dias a felicidade, quebrava as regras, beijava devagar, NAO amava honestamente, ria descontroladamente e nunca me arrependia de algo que me fizesse sorrir.
As vezes gostava de ser uma gaja para me poder apaixonar por mim próprio!
Yah Right!

Há dias em que acordo assim! Estranho? Completamente…
RikardoRamos

terça-feira, 13 de abril de 2010

Devaneios de uma criança


“Quando criança costumava por sal em cima das lesmas, adorava velas a dissolverem-se diante dos meus olhos, esboçava um sorriso e tudo, a crueldade sempre foi divertida, para mim.
Sabem porque é que os sal tem esse efeito nas lesmas? Porque se dissolve na água que faz parte da pele das lesmas, também resulta com caracóis e sanguessugas e ate na minha pele, na verdade resulta em todos os seres que tem a pele demasiado fina e frágil para se defenderem de si próprias”
Na minha escola no nono ano havia rapazes mais altos que as professoras, vozes grossas, faziam a barba e havia rapazes como eu que eram inteligentes mas a sua inteligência não se notava nas notas, rapazes como eu que rezava todas as noites para que chegasse a puberdade.
Eu era daqueles rapazes que não usava o urinol mesmo que precisa-se apenas urinar, não queria faze-lo junto a um rapaz gigantesco do decimo segundo ano, o que podia fazer algum comentário sobre, bem o facto de ser do nono ano enfezado sobretudo nas partes baixas. Em vez disso, entrava numa casa de banho e fechava a porta para ter privacidade.
Gostava de ler as coisas que estavam escritas na casa de banho, uma delas tinha uma serie de anedotas temáticas, outros escreviam a lista de raparigas que faziam broches, havia uma que tinha umas 30 vezes a frase: o João é maricas.
Eu não conhecia o João, achava que já nem devia ser aluno da escola, mas interrogava-me se o João alguma vez teria entrado na casa de banho e se tivesse fechado como eu o fazia.
Era um refugio, não tinha de me preocupara com o facto de passar junto dos alunos com estilo e ser empurrado e ter de ouvir as suas gargalhadas de merda nem ter de olhar para a sua caras feias cheia de espinhas, conseguia lembrar-me de todas as humilhações que me tinham feito era impossível esquecer.
Só precisava de sair dali para que os meus pés acompanhassem a minha mente, mas ao semicerrar os olhos para o sol poente, ainda conseguia ver a sucessão de imagens no interior, das palperas: o ar frio atingir-me o rabo o leite entornar-se no meu pénis, as gargalhadas deles e a Maria a virar a cara para o lado. Muitas coisas destas me foram feitas até que um dia encontrei o que há muito procurava; toquei-lhe fria, maciça, hipnotizante, toquei ao de leve no gatilho, envolvendo a arma na minha mão, aquele peso ligeiro e suave! Perfeita.
Não sabia que padrões podia o sangue fazer ao salpicar numa parede, arte abstracta é o que lhe chamo, a vida abandonava os pulmões de uma pessoa em primeiro lugar e os olhos em ultimo.
Havia frases feitas para a perda de um ente querido, pela perda de um animal de estimação amado, mas ninguém sabia as palavras certas para reconfortar alguém que matara 10 pessoas. Sim eu matei 10 pessoas, dez rapazes e raparigas que me fizeram a vida negra durante muito tempo e ninguém se importou com isso.
Hoje escrevo a minha carta de despedida
Mãe estou a ouvir a musica que me deixaste, Haja o que houver - Madredeus
Quando lerem esta merda já estarei morto.
Não podemos desfazer o que já aconteceu, não podemos retirar uma palavra que já ditei em voz alta. Pensarão em mim e desejarão, ter sido capazes de me convencer a não fazer isto. Tentarão descobrir o que deveriam ter dito, o que deveriam ter feito. Suponho que devia dizer-vos: não se recriminem a culpa não é vossa, mas isso seria mentira. Todos sabemos que não cheguei ate aqui sozinho.
Choraram no meu funeral. Dirão que isto não tinha de ser assim,. Comportarseao , como toda a gente espera que se comportem mas será que sentirão a minha falta?
Ou melhor eu sentirei a vossa?
Será que algum de vos deseja ouvir a resposta a esta pergunta?
Algo existe desde que haja alguém para o recordar.
"19 Minutos" de vida
In Infacias de merda Rikardo Ramos

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Saudade


A saudade de modo algum tem cor, mas pode ter cheiro, a minha saudade tem. Não a posso ver nem tocar ver, mas sei o quanto é grande. Pode ser o sentimento que alimenta um relacionamento amoroso ou apenas o que sobra dele. Pode ser uma ausência suave ou uma espécie de solidão. Pode ser uma recordação daquele momento e daquela pessoa, que um dia, mesmo sabendo ser impossível, ousei querer reviver e rever e voltar a rever. É a dor de quem encontrou e nunca mais encontrará, de quem sentiu e nunca mais voltará a sentir. A saudade combina-se com outros sentimentos e procria-se. A soma da saudade com a solidão é igual á Dor. O resultado da saudade com a Esperança é a Motivação.
Saudade é um registo fiel do passado. É a prova incontestável de tudo que vivemos e ficou impresso na alma, no coração e na mente. Conhecemos pessoas e vivemos situações que foram boas, e serão eternas ate ao fim dos nossos dias. Nutri-la, é alimentar o espírito e a própria existência.
Esta é a minha definição de saudades mas existem muitas inúmeras definições, resta-nos apenas cultivá-la e alimentá-la com pensamentos, músicas, perfumes, fotografias, lugares, fins de tarde e madrugadas. Saibamos viver plenamente o presente, pois ele será a saudosa lembrança de amanhã.
Saudades vossas!
Spectrum rei memorium
RikardoRamos

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Primeira vez!


Orgias regadas com drogas, sadomasoquismo; nada detém a minha curiosidade, nunca fui tocada por ninguém a não ser por mim própria, o corpo masculino nu sempre me fascinou, quando na Tv mostra algo de nudez o meu pai muda de canal sem pestanejar.
Ainda não pensei como será a minha primeira vez, nem quero pensar muito nisso, só quero viver e se puder guardar para sempre esse lindo momento, para relembrar em todos os momentos tristes da vida! Eu acho que ele podia ser o tal…
Segunda parte!
As suas mãos estavam apoiadas na porta e os músculos dos braços estavam tensos, dava para senti-los, fortes sob as minhas mãos que o acariciavam e percorriam seu corpo, Depois segurou o meu rosto entre as mãos, afastou-se da minha boca e perguntou-me baixinho:
- Tu queres mesmo?
No quarto dele, completamente desarrumado, era evidente que tinha acordado há pouco. Na parede, uns posters de carros e mulheres semi-nuas. Na mesinha-de-cabeceira, uma foto
dele quando criança que eu reparei e toquei com um dedo. Ele deitou
a moldura dizendo que não era para eu olhar.
Deitei-me sobre a cama dele, cheirava a homem, estava nervosa, olhava para os meus braços brancos e imaculados que brilhavam com os raios que passavam pela janela. Ele começou a
Beijar-me no pescoço e foi descendo mais para baixo, até os seios e depois até ao meu Segredo.
- Porque não te depilas?
- Porque não, respondi no mesmo tom de voz.
- Vamos apagar a luz, diz-me ele!
Chegou alguém com um pano na mão. Virou-me de costas e vendou-me
com o lenço, girou-me de volta para ele e exclamou a rir-se:
- És uma deusa amor.
Ouvi o interruptor da luz dar o seu clique e depois não consegui ver mais nada.
Percebi passos e sussurros, depois duas mãos baixaram as minhas calças, tiraram-me o
sutiã. Fiquei de fio-dental, meias altas e botas de salto agulha. Podia
me imaginar vendada e nua, imaginava no meu rosto apenas os lábios que dentro em pouco
iriam saborear alguma coisa deles.
De repente as mãos aumentaram, e agora eram quatro. Era fácil distinguir
porque duas estavam em cima, apalpando os meus seios, e duas em baixo, roçando o meu
sexo. Conseguia sentir o cheiro a álcool e haxixe . Cada vez mais dominada por aquelas mãos, começava-me a excitar, senti, atrás, o contacto de um objecto gelado, um copo. As mãos continuavam me a tocar, mas o copo esmagava a pele com mais força. Assustada, perguntei:
- Que é essa merda?
Uma risada no fundo e depois uma voz desconhecida:
- Sou o teu barman, tesouro. Não te preocupes, eu só estou a trazer uma bebida para
ti. Aproximou o copo da minha boca e engoli devagar um pouco de licor de uísque.
Lambi os lábios e uma outra boca beijou-me com paixão, enquanto as mãos continuavam a me acariciar e o barman me dava bebida. Um quarto homem estava-me a beijar.
- Que rabo bom que tu tens... - dizia uma voz desconhecida. - Macio,
branquinho, dura. Posso dar uma mordidela?
- Só quero saber uma coisa: quantos vocês são?
- Fica tranquila, amor - disse uma voz nas minhas costas. E senti uma língua
lambendo as vértebras da minha espinha. Agora a imagem que eu tinha de mim era mais
sedutora: vendada, seminua, cinco homens que me lambem, acariciavam-me, mordiam-me
excitam-me todo o meu corpo. Eu estava no centro das atenções e eles faziam comigo
tudo o que era permitido na câmara dos desejos. Não se ouvia uma voz, só suspiros e
carícias.
E quando um dedo se enfiou devagar no meu Segredo senti um repentino
calor e compreendi que a razão me estava abandonar. Estava rendida ao toque das
mãos deles e sentia bem viva a curiosidade de saber quem eram, como eram. E se o
prazer fosse fruto das acções de um homem feio e babão? Naquele momento, eu não me
importava.
Na minha boca começaram a passar cinco gostos diferentes , cinco sabores de cinco homens. Cada sabor com sua história. Durante aqueles momentos, tive a sensação e a ilusão de que o prazer não era só carnal, que era beleza, alegria, liberdade. E estando nua no meio deles senti que pertencia a um outro mundo, desconhecido..
Um pénis entrava na minha boca agora ouviam-se lamurias de prazer e um liquido era libertado na a minha boca. E quando um terminava, o outro descarregava em cima de mim o
seu esperma esbranquiçado. E os outros também. Suspiros, lamentos e grunhidos. E lágrimas silenciosas.
Voltei para casa cheia de esperma, com a maquilhagem toda borrada, e minha mãe esperava-me a dormir no sofá.

Entrei na casa de banho, olhei-me no espelho, vi olhos tristes, o lápis preto escorrendo
pelo rosto miserável. Vi uma boca que tinha sido violentada
diversas vezes naquela noite e que tinha perdido o seu frescor. Sentia-me invadida,
emporcalhada por corpos estranhos.
Pequei no Diário e comecei a escrever com a vagina que, ainda agora, quando escrevo no meio da noite, cheira a sexo.

Rikardo Ramos Imaginarium!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Confissões de um pobre diabo


Adoro pessoas velhas, sete ou oito décadas na pele, sussurro-lhe ao ouvido para dizerem mal dos maricas e negros, (acaba por me parecer que os odeiam tanto que parece que lutaram com eles!), e, quando a morte vêem finalmente visita-los gotejam malícia e tossem rancores e arrependimentos. As almas das pessoas velhas são a dois cêntimos no inferno. É verdade. Temos um montão delas.
Agora existem os jovens, é um grande negocio, passam o dia a masturbarem-se e a pensar no namorado da melhor amiga, eles por sua vez colocam o dedo mindinho no rabo quando se vaem para os lençóis da cama da irmã. Mas bom o inferno está cheio destas young people espantosamente belas e talentosas, raramente chamo por elas, elas é que chamam por mim, o Céu por sua vez encontra-se mais o menos num estado perpetuo de carência de talentos, isto dito em voz alta, explorando a chocante inaplicabilidade da frase fatigada e biliosa, da mesma forma que se explora perversamente com a língua a cavidade dorida de um dente, arrancado. Faz sentido? Não? Ok…
Bem agora preciso de pescar novas alma, já tenho alguém em mente, Violeta, faço parte dela como o alcoolismo e a pornografia, tal como a cassete de silencio passada uma e outra vez quando a ideia de suicídio lhe bate a porta! A sua mãe morreu há dois anos, por causa do álcool e deixou-lhe um apartamento. Eu e o álcool acabámos com a mãe de Violeta.
O Álcool engoliu-lhe o fígado, eu e a solidão comemos-lhe o coração. Fígado e coração os meus, órgãos vitais predilectos.
Bem vindos ao Inferno
Há dias em que me aptece dizer isto, que mais poderia eu dizer: make love, not war?
Yah fazia mais centido do que as idiotices que digo!
Um bom resto de dia!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ainda bem que há dias assim...


No outro dia, fui acordado com uma dor de dentes íntima, forte e difusa, daquelas que nos fazem bater com a cabeça na parede e amaldiçoar a nossa mãe por nos ter lançado ao mundo.
Como tal fui ao dentista, uma sala de espera sem janelas, bebés aos berros, cinzeiros a transbordar, aroma a urina e ferrugem e aquela sensação de que fiz eu para merecer isto?
Vai um tiro nos miolos?
Não?
Ok.
Quando chegou a minha vez, acreditei instantaneamente que nada na vida vem por acaso, deparei-me com uma super mulher, só lhe faltava voar, uma dentista que fazia o Brad Pitt pedir o divorcio á minha Angelina.
- Bom dia.
Não recebi resposta sequer!
Olha-mos um para o outro e o muro do destino, estremeceu entre nós.
Não foi preciso dizer mais nada, despi-me o mais rápido que pude, subiu a saia e fez-me sinal com o dedo, aproximei-me com o coração a mil á hora, penetrei e fechei os olhos, encostou a boca á minha orelha e disse: Fode-me Adão!
Foram 16 minutos e 42 segundos que ficaram tatuados no meu coração!
Ao acabar beijou-me a testa e deu-me a factura, 435 Euros por aliviar a dor do corpo e da alma!
Sai todo despenteado com um sorriso de orelha a orelha, por detrás do papel da factura dizia o seguinte:
Se não fosse Eva, Adão estaria sentado á beira do lago com a dedo no nariz a coçar a cabeça atordoado com o seu próprio reflexo!
Adorei … beijo!
Eva.
Vale a pena, não lavar os dentes!
Rikardo Ramos

domingo, 4 de abril de 2010

I Lucifer


Os putos da geração SMS possivelmente pensão que foram eles a descobrir tudo que há de bom no mundo, errado completamente, sem sombra de dúvida!
De facto fui eu que inventei tudo, ou quase tudo. Não acham que tem uma certa modéstia? Quase tudo! Nem imaginam as coisas que eu inventei, as jukeboxes é das melhores coisas inventadas por mim, assim fiz com que as pessoas mamassem rock and roll e se esfregassem umas nas outras, passando á frente, o sexo anal obviamente, fumar, astrologia, dinheiro, drogas, ou seja tudo aquilo que serve para vos prejudicar fui eu que inventei. E não se enganem que não é nenhum castigo de Deus, é uma careta que vos faço estas a ver “ó bacano” ? Isto respondendo na gíria dos “Putox dox XmX”
Apesar de vos estar a matar, vocês não conseguem parar, é como a violência, onde quer que exista culpa existe violência e se a culpa é um cheiro, então a violência é um sabor: morangos e formaldeído e sangue ferroso!
Por isso não parem, continuem a optar pelo pecado, a serio o inferno esta abarrotar mas já anda-mos a pensar em construir novas instalações para vocês, sim vocês, não se assustem o Inferno não é tão mau como dizem, pelo contrario é fixe aqui vocês podem masturbarem-se á frente do pessoal, podem ler e ver de tudo e ate podem fumar de tudo também!
Agora perguntam vocês; quem é este “chavalo” ?
Eu?
Eu sou Lúcifer, anjo caído, príncipe das trevas, Portador da luz, governante do inferno, senhor das moscas, pai das mentiras, tentador da humanidade, serpente velha, sedutor, acusador, atormentador, e blasfemo e outras tantos adjectivos que vocês desconhecem o significado, seus Diabos!
Today Sunny day in the hell…
Yes you can

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vai uma bebida?


Era uma mulher inteligente mas incapaz de se exprimir. As palavras traiam-na, belas borboletas que se formavam na sua mente, traças mortas quando abria a boca e as soltava no mundo, o seu corpo cheirava a Whisky desde a ultima semana, as suas unhas precisavam de ser cortadas, o cabelos penteados, a sua cara precisava de ser lavada, as fotos dele precisavam de ser lançadas fora.
Precisava de acordar com um sorriso, colocar o Iggy Pop na aparelhagem, vestir as suas melhores roupas, pintar os lábios, sair de casa apanhar ar, passar pelo jardim e aguentar os olhares directos dos homens, chegar ao bar pedir um martini, cruzar a perna, esperar e rezar para que o próximo tivesse o mínimo de personalidade possível.
Um dia vocês vão sorrir, cruzar a perna, fazer gestos com as mãos, esperar para falar na vossa vez, beber um sorvo de bebida e alguém algures num canto ficará a olhar fascinado, chegará perto de voces com o coraçao na red line e...
- Olá posso pagar-te uma bebida?


RikardoRamos