sábado, 3 de setembro de 2011

Ainda sobre a velocidade



Desde que nascemos somos absolutamente fascinados pela idéia de velocidade. São os super-heróis cuja principal característica é a velocidade; são os brinquedos dos parques de diversões, cujo atrativo é a velocidade; são os desportos, muitos deles tendo como objetivo apenas a velocidade. Por que? afinal, tanto deslumbramento pela velocidade?


Lá pela década de 90, aos dez anos de idade, encostada no banco de trás do velho Fiat do meu pai, decidi que gostaria de um dia conduzir. Decidi muito cedo, eu sei. Mas não resisti à cena: o meu velhote com uma das mãos no volante, com o seu braço esquerdo apoiado, folgado na janela, olhava para minha mãe e sorria, enquanto acelerava ao som de algum rock 70. O seu bigode balançava, os cabelos de minha mãe esvoaçavam. Era uma cena bonita, um casal bonito e um carro que corria e me deixava com frio na barriga. Enquanto meu irmão mais novo brincava com um brinquedo qualquer, eu debruçava-me entre os dois bancos dianteiros e ficava observando aquela máquina que fazia com que os nossos cabelos fossem ao sabor do vento. Eu sempre tive uma fascinação por carros, estradas e, principalmente, velocidade.

Fui, também, contaminada pelo gosto do meu pai por Fórmula 1 e Rally. Para além das performances de Ayrton Senna nos Grandes Prêmios, a minha mãe ensinou-me a admirá-lo porque ele era bonito e inteligente. Tudo bem, dizia eu. E os nossos domingos corriam ao som dos pneus do automobilismo. E desde ai, sempre que viajávamos, eu e o meu irmão fingíamos estar dentro dos carros de Senna, aqueles vermelhos e brancos da McLaren, brutal!! E cantávamos a música da vitória com aqueles intermináveis "tam tam tam". Era sempre a mais de 200kmh!
E se velocidade é fascinante para uma criança, para um adulto é ainda mais. O homem não somente quer sentir a variação da posição no espaço em relação ao tempo, mas quer entendê-la e desafiá-la. E é isso o que se tem feito ao longo de décadas. Por meio da ciência e tecnologia busca-se atingir os limites da velocidade, seja por terra, ar ou água. Seja em máquinas tripuladas ou não.
A velocidade de um adulto, a caminhar, é de cerca de 4 km/h. Numa corrida o homem pode atingir até 46 km/h, dizem que sim! Já os carros de Fórmula-1, por exemplo, podem atingir uma velocidade de 360km/h. Alguns engenheiros apontam que, na teoria, estes carros podem chegar a mais de 400km/h. Hoje, temos verdadeiros foguetes horizontais que quebram a barreira do som. É um desafio aos limites do nosso corpo. Mas é também uma forma de poder. É deliciosa e absolutamente tentadora. Mais do que isso: a velocidade integra a relação homem-máquina. É a busca do que há entre nós e a máquina que nós criamos.

Um gajo pode até ter sido um zé ninguem na escola, podia ate ter ficado sempre para ultimo no momento da escolha das equipas, podia usar oculos e levar empurrões dos miudos mais velhos e ate nunca ter tido uma namorada, mas desde o momento em que se ganha o euromilhões, ou se ganha mais de 5000 euros mensais nao se vai comprar um smart, desses que estão na moda, detesto-os, ja vos tinha dito? Eu pelo menos não o fazia! Compra-se sim um BMW ou um Mercedes ou então para parecer ainda mais fashion é um Ferrari, daqueles que nos seduzem só pelo som do motor, daqueles que nos fazem parecer o Leonardo Di Caprio ou a Angelina Jolie, e já ninguem olha para nós pelo que eramos na escola secundaria! Pah é a relidade, o homem e o carro, a maquina passam a ser um só, é como se fizesse parte de nós! E somos os maiores do mundo!!
Dizem que sim!
Já eu continuo por ai, sempre a 30! Talvez um dia ainda chegue aos 200, mas só uma, talvez uma vez! Ou até me deixe destas coisas dos carros e compre um avião a jacto, é, eu gosto de sonhar que sim!

Sejam responsaveis e conduzam com moderação!

Um abraço!




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ainda sobre ti e para ti


Criei este blog numa altura complicada da minha vida, tinha necessidade em desabafar para o nada quando ninguem me conceguia ouvir, e aqueles que me ouviam nao entendiam o sentido das minhas palavras e dos meus erros que insisto em dar, só porque escrevo demasiado depressa, e secalhar vivo demasiado rapido também.
Hoje sinto-me só tambem, já me senti só inumeras vezes, as vezes estou no meio da multidão e sinto-me só, a ti ja te aconteceu não? Epah é a vida, ha dias assim, dizem-me os que se acham fortes! Outros dizem, vais ver que tudo vai passar, outros ainda; tu és forte e vais ultrapassar tudo isso! Na verdade nao me considero muito forte, dizem-me inumeras coisas, quando na verdade o que eu percisava de ouvir era uma palavra, um toque, um olhar, o que eu percisava agora é de ti, sei que estas quase a chegar daqui a duas horas, mas os minutos tornam-se horas infinitas e são horas tao lentas que não fazes ideia! Quero-te agradecer por tudo. Não só pelo que és mas pelas pequenas coisas fizeram com que a minha vida ficasse cheia de cor!
Cozinhas para mim, e eu adoro a tua comida.
quando me perguntas: sabias que te amo? Sim sei que me amas , mas nunca me canso de ouvir.
Daquele teu ursinho de peluche que me deste naquele dia, que me fez regressar á infancia, á muitos anos que nao abraçava um peluche com tanta força.
O facto de fazeres um esforço para veres os meus filmes preferidos, quando na verdade estas cheia de sono.
Adoro quando me trazes o pacotinho de leite ao sofá.
adoro quando me abraças a meio da noite.
Adoro o facto de conheceres todas as minhas manias e feitios..
Quando te ris da minha ultima piada, daquela muito estupida, sabes? Eu fico contente!!
Quando inventas aquelas canções e as cantas só para mim!
Quando me levas a passear, sabes na verdade nem reparo muito bem por onde passo, porque passo o tempo todo a reparar em ti e maravilhar-me com tudo o que dizes.
E quando me Dizes para levar o casaco porque vou ter frio? Eu achava a minha mae chata por me dizer isso! A ti é o contrario.
Quando te dás ao trabalho de ler os livros que gosto, so porque acho que vais gostar.
Gosto de te escrever bilhetinhos, e gosto ainda mais de ler os teus que me deixas espalhados pela casa fora..
Surpreenderes-me
Beijar-me antes sempre de adormecer, só porque sim, porque nos amamos!
Gosto quando vamos ao rio e me colocas o protector nas costas muito devagar e escreves-me coisas nas costas.
Gosto quando vestes aquela tshirt que te dei para durmir.
Gosto, adoro e amo e amarei, eu sei que sim!

Por fim amo quando guardas aquele teu olhar só para mim

...e muitas outras coisas.
Amar é assim, colocar-te em tudo que sou!
Amo-te Teresa!

Diário de Anne Frank - as polémicas em torno de um clássico


Quando regressou de Auschwitz, Otto Frank soube que fora o único sobrevivente da família e amigos com quem vivera escondido durante dois anos. Segundo o próprio, terá encontrado o diário da filha (na antiga casa) e decidiu publicá-lo pelo seu valor de documento histórico. Mas há quem defenda que o livro que ocupa lugar na estante de quase todos nós pode não ter sido escrito pela mão de Anne Frank.

Em 1947, surgia nas livrarias a primeira edição de um diário que teria sido escrito por uma adolescente judia, Anne Frank, enquanto viveu escondida num anexo de um prédio em Amesterdão, na Segunda Guerra Mundial. Publicado em holandês, sob o título de Het Achterhuis (O anexo), pouco demorou a ser um autêntico êxito de vendas. Sucedeu-se a tradução para inglês, várias edições esgotadas e a adaptação teatral e cinematográfica.

Porém, nos anos 50 houve quem começasse a fazer perguntas, a ter dúvidas e a pôr em causa que fosse realmente Anne Frank a autora do diário. Seria possível nunca ninguém a ter visto escrever? Otto afirmava que a filha o fez às escondidas de todos. E como, com apenas 13 anos, fechada e com acesso limitado à informação, era capaz de tamanhas reflexões filosóficas e descrições sobre a guerra? Claro que isto seria apenas o inicio das “verdades e contradições” do Diário de Anne Frank.

“Mergulhados” num esconderijo

Quando se mudaram para Amesterdão, Otto Frank, criou a sua própria empresa. A “Opekta” vendia especiarias e pectina, usados no fabrico de doces. Em 1940, o nazismo já dominava grande parte da Europa e os ataques e perseguições a judeus não paravam de se repetir. O patriarca tentou então obter vistos para que todos pudessem emigrar rumo ao continente americano. Mas o único que conseguiu (para si mesmo) foi cancelado pouco depois, quando a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos.


A única solução foi passar o negócio aos seus empregados não-judeus e refugiar-se com a família num anexo, nas traseiras do edifício da empresa. Desde Julho de 1942 e durante dois anos, viveram “mergulhados” e constantemente aterrorizados com a possibilidade de serem descobertos. Foi neste período de isolamento que a filha mais nova escreveu um diário.

As confissões de Anne

Anne Frank contava a Kitty, amiga imaginária, o dia-a-dia da sua nova vida. O que acontecia no anexo, as tarefas que partilhava com os outros moradores, as alegrias e zangas que tinha e a esperança de poder sair novamente em liberdade finda a guerra. Segundo Otto, ninguém tinha conhecimento dos seus escritos. A adolescente terá guardado sempre a “sete chaves” o seu segredo - tornado depois público pelo pai.

Em Agosto de 1944, alguém os denunciou. Todos os habitantes do esconderijo foram presos e enviados para campos de concentração na Holanda, e depois Auschwitz. Em Janeiro de 1945, Otto foi salvo pelo exército soviético. Anne morreu em Março, em Bergen-Belsen.

Quando regressou a Amesterdão, Otto fica a saber que fora a único sobrevivente. Ao voltar a casa, descobre entre velhas revistas e jornais um livro de capa dura. Esta é a versão oficial da descoberta do Diário de Anne Frank. Porém, o nome de Miep Gies também está associado a ela. Segundo outra versão, terá sido a holandesa, uma das protectoras da família, a encontrá-lo, e quando oficialmente foi confirmada a morte de Anne tê-lo-á entregue a Otto. Incentivado a trazer a público um verdadeiro testemunho daqueles que sofreram os horrores do Holocausto, decide publicar as confissões da filha.

Ainda nos anos 40, cumpre-se um desejo da menina “Quero continuar a viver depois da minha morte” (escrevia em Abril de 1944). E essa talvez seja a única verdade inquestionável, já que o seu nome é uma das principais referências sobre a II Guerra Mundial.

As teorias sobre o diário

Quanto ao texto que temos na estante de nossas casas ter sido aquilo que Anne realmente escreveu, há muito que divide opiniões. As suspeitas começaram nos anos 50 e o caso acabou mesmo no tribunal. Meyer Levin moveu um processo contra Otto Frank, reclamando os direitos de autor do diário e a falta de pagamento pelo trabalho. O escritor judeu ganhou o caso, tendo o pai de Anne sido condenado a pagar 50.000 dólares.

Na mesma época, especialistas do American Council Letter, do próprio tribunal e grafologistas, analisaram os textos e afirmaram que estes não tinham sido obra da adolescente. Alegavam letra diferente, além de várias passagens estarem escritas com um tipo de caneta esferográfica inventada anos depois. Confrontado com os factos, Otto declarou que não revelou os originais, porque Anne tecia duras criticas à mãe e revelava pormenores demasiado “íntimos” na sua relação com Peter.

O certo é que a história só sairia no “Washington the Spotlight” e no “Le Monde” em 1981. “Uma das maiores fraudes históricas” e “Uma infindável e lucrativa jogada de marketing” são as palavras que o investigador e especialista Robert Faurisson utiliza para classificar o diário.

No reverso da medalha, outras vozes contestam estas provas e alegam que as investigações provaram a autenticidade do livro. Otto Frank deixou indicações de que “os cortes” só poderiam ser revelados após a sua morte. Quando isso aconteceu, em 1980, o Instituto Holandês de Documentação para a Guerra iniciou um processo para provar que Faurisson estava enganado. E conseguiu.



Pouco depois foi publicado o diário na íntegra, juntamente com os estudos realizados. Miep Gies negou durante toda a vida que o livro fosse uma fraude. Durante esses dois anos de cativeiro, argumentou-se, os estudos que fez e a situação por que passava levaram Anne a reflectir mais seriamente sobre tudo, o que justificaria o alcance dos seus textos.

Verdade ou mentira, autêntico ou forjado, o testemunho de uma jovem a quem a vida foi roubada cedo demais, por razões absurdas, vai mais longe que os factos. Anne Frank é apenas um símbolo de milhares de outros adolescentes cheios de sonhos, de dúvidas e questões, que tentaram escapar como podiam a um destino trágico.