quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Smile :)


Bergson escreveu: “O riso é algo que irrompe num estrondo e vai retumbando como o trovão na montanha, num eco que, no entanto, não chega ao infinito”.

O sorriso é o que primeiro acontece quando um rapaz e uma rapariga se olham e se enamoram. Não sabem explicar por que se enamoram, mas é-lhes impossível deixar de sorrir um para o outro, o sorriso é a prova de quem não se precisa de palavras para dizer o que sente. Se o namoro dos dois continuar vem a fase em que, juntos, acham graça a tudo, sem prestarem atenção a nada do que os rodeia. Então, por vezes o seu sorriso muda-se, em riso estrondoso, mas cristalino manifestando toda a força da sua juventude. Se o namoro conduz ao casamento estável, então saber sorrir é fundamental para vencer o desgaste da rotina do dia a dia e para evitar o afastamento de dois seres.
Para mim o sorriso não é o mesmo que o riso. Separa-os um fosso tão grande como aquilo que separa as lágrimas silenciosa de alguem que teve um desgosto na vida, dos gritos histéricos e lancinantes de quem não sabe dominar-se.
Enquanto o riso é uma especie de extroversão, o sorriso por outro lado desvenda delicadamente o interior de quem sorri.
O poder do sorriso é tão grande, e saber sorrir é algo de muito importante. No momento em que sorrimos para alguém, descobrimo-lo como pessoa, e a resposta do seu sorriso quer dizer que nós também somos pessoa para ele.
O sorriso traduz, geralmente, um estado de alma; é um convite a entrar na intimidade de alguém, a participar do que lhe vai no íntimo do seu ser. O seu sorriso pode também esconder o interior do ser humano, quando sorrimos quando tudo esta mal, escondemos o nosso estado de espirito.
É pois muito importante saber sorrir. Um sorriso pode dissipar uma angústia, se for simpático, ou aumentá-la se for sarcástico; pode estimular um trabalho, pode criar uma amizade, se for sincero e transparente, ou um afastamento se for hipócrita; pode humilhar de modo irreversível se não for autêntico e espontâneo.
Sorrir, porém, pode ser uma tarefa difícil. A dor e o cansaço tornam, por vezes, o sorrir muito árduo. Se há fortaleza interior então há sorriso, mas dorido. Perguntei hoje a um doente em grande sofrimento: “Como te sentes?”. A resposta foi desconcertante: com um sorriso-dorido respondeu: “dói-me tudo”.
Mas será que podemos chamar sorriso ao que vemos no rosto dos que assinam os “tratados de paz e cooperação”? Não, o que vemos não passa de um esgar.
E termino com uma frase que vinha num calendário de bolso que me deram: “Não critique, ajude; não grite, converse; não acuse, ampare e… não se irrite, sorria”.

:)


Ja sorriste hoje?

Rikardo

3 comentários: