sexta-feira, 26 de julho de 2024

O viajante

As pessoas julgam-se mainstream porque viajam. Na típica de conversa de amigos, sempre se vai buscar a particular conversa da coleção de viagens do último ano ou das possíveis viagens a realizar no próximo que advém, juntam-se os preços, as companhias aéreas, os locais emblemáticos, o que levar, o que evitar visitar. É unanime que viajar alarga os horizontes, será tanto assim? O horizonte é largo o suficiente para caber numa mente que nunca leu um livro?

Viajar para Paris, ver a torre Eiffel e tirar a típico selfie com ashtag bonjourParis. O que acrescentou a torre Eiffel á cultura de uma pessoa? O mesmo não se pode dizer de uma pessoa que viajou para a India e a realidade que visualizou o transformou como individuo, ou seja, passou a agradecer cada banho de água quente tomado, cada refeição e cada mordomia que o ocidente e o capitalismo nos trouxeram. 


Mas e viajar na Europa? Não quero que me crucifiquem amantes de viagens, porque ir a um museu pode influenciar a nossa forma de ver o mundo, mas será que as típicas viagens "instrgamadas" enriqueceram-nos como pessoa?

Ou só enriqueceram o nosso ego?


Quando lemos, viajamos, um livro é melhor e mais barato teletransporte que a ciência ainda não conseguiu inventar. Em alguns casos, o livro ultrapassa de largo o prazer da viagem, sendo que nos pode mostrar mundos dos quais jamais consigamos ver na nossa mera vida de mortal.

Não me julguem, mas as pessoas mais fascinantes que conheci foi as que leram mais livros e não os que viram a torre Eiffel e torre Pisa. Ou seja, estou desolado ou ciumento por não ser muito viajado? Não! nem por isso.


 Se viajar gosto de conhecer novas culturas que me acrescentem algo e me deixem a pensar durante dias. Se for a Paris, ou a Londres será que a cultura vai mudar muito para a nossa aqui no canto desta Europa? Mas isto sou eu.

Falem-me no Nepal, India ou Japão e eu calo-me por aqui. Mas se forem defensores da cultura Woke, e me disseram que se preocupam com as alterações climáticas, mas que gostam de viajar, algo não está bem!

Este texto é mais uma critica aquele(a) amigo chato, que te pergunta sempre para onde vais viajar ou onde viajaste no último ano, como se viajar te acrescentasse algo ao curriculum. Sou apologista que vivemos pouco tempo para ficar-mos presos sempre ao mesmo lugar, mas sou da opinião que quem nunca leu um bom livro nunca viajou.

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