terça-feira, 30 de março de 2010

O padre Emilio


O padre estava sozinho, quando entra Carlos ou Carlinhos como o padre lhe chamava.
Ok, podem começar a preencher as lacunas.
- Carlinhos, meu caro amigo, tens rezado muito ao Senhor?
-Sim padre, todas as noites!
-Óptimo, meu filho.
Nenhuma palavra precisou de ser dita depois daquilo.
O fornicador padre Emílio, com as suas mãos abrangentes e testa suada, nem precisa sequer de um empurrãozinho para a lama da vida.
Segurava então assim as costas de Carlinhos, que segurava os seus próprios tornozelos.
Carlinhos escreveu mais tarde na sua carta de suicídio o seguinte: Nada acontece quando entro numa igreja. As flores não murcham, as estatuas não choram, as coxias não rangem nem se desfasem.
Retomando: Carlinhos, saiu ruborizado de vergonha de olhos encarnados e rabo dorido, cheirando a medo e azedado pela repulsa. O padre continha as duas mãos no seus ombros e esboçava aquele sorriso, vocês sabem aquele sorriso que o denuncia como um filho da puta.
Fez-me sinal, era a minha vez…
-Hey padre vamos a isso?
-È a tua primeira vez Rikardo?
-Sim, é mas já me falaram de tudo!
-Óptimo meu filho!
Levantou a aquela veste, não trazia cuecas nem nada que se pareça, a gaita dele ainda se mantinha erecta. Lá dentro cheirava a orégãos, e a cera.
-Podes começar a chupar meu filho!
Baixei-me olhei, olhei para cima e piscou-me o olho!
- Feche os olhos padre, por favor!
Sorriu.
O sangue começou a jorrar no chão acabado de lavar.
- Padre se o seu deus existe que arda consigo no inferno!
RikardoRamos

1 comentário:

  1. Gostei da forma como escreveste este texto.
    Está fenomenal,parabens.

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