segunda-feira, 4 de março de 2019

Lambe cús


Demorei algum tempo a perceber isto, mas na escola deviam-nos preparar desde cedo para saber identificar um lamber cús!
Constato que, quem sabe lamber cús,  aqueles cujas papilas gustativas adoram o confronto sensorial directo com o streptococus, têm e garantem desde logo um futuro promissor.
Para quê passar horas a estudar o "Molecular Biology of the Cell by Bruce Alberts" ou o  Lehninger- Principles of Biochemistry ??

Devia era ter aprendido a lamber cús! Isso sim...

A arte de lamber cús é um investimento a prazo. Claro que para tudo é preciso sacrifício, embora o sabor por vezes não seja o melhor, temos de pensar que a coisa vale o esforço que daí advém.

Para o lambedor de cús, é indiferente o cu que está a lamber, esteja limpo ou cheio de merda seca. Importa sim, saber lamber, com classe e mestria, passar a língua, naquele recto enrugado, para mais tarde dizer aos filhos, que o seu percurso não foi fácil e teve de trabalhar imenso.

O lambe cús, desde cedo que soube que tinha esta vocação. Os seus país, que também já eram na sua altura designados de "lambe botas", desde o berço que lhe implementaram a arte de saber lamber.
Em criança o Lambedor, já se distancia dos outros, pelo facto de saber levar a senhora professora. Gosta de denunciar os colegas, mas pede para não ser descoberto. Sempre em constante competição com os colegas, ainda que não demonstre, o lambedor não é o mais inteligente, mas pode destacar-se em algumas disciplinas.
Mais tarde na adolescência, faz novas amizades a cada semana, a turma descobre que o lambedor não é de confiar, e enfrentam-no. Quando enfrentado o Lambedor é sempre um cobarde.

Mais tarde no mercado de Trabalho, já com anos de experiência, o lambedor, se for rapaz, sabe chorar para atingir o seus fins, se for rapariga sabe chupar. Ou vice versa...
Nos primeiros tempos, o lambedor, já profissional, passa quase despercebido. Passa no entanto a ideia de que é um bom amigo, bom confidente, pessoa que vai á missa ao domingo bem vestido, e tenta ter uma vida saudável, ainda que por vezes o lambedor possa ser um gordo (a);


Os mais próximos, começam a  topar, e afastam-se! Outros, inocentes, continuam apegados ao lambedor até ao dia que são traídos.
Os chefes, esses por norma adoram-nos! Quando não os adoram, não se afastam, um bode expiatório dá sempre jeito.
È uma espécie em rápido crescimento neste país, propaga-se como um cancro e prejudica em muito todo o ecossistema em que estamos inseridos.
Mais tarde, já na velhice, são infelizes, sozinhos e sem ninguém, ainda que tentem passar uma mensagem de que foi um grande pofissional durante a sua vida de "tabalhador". Já em morte, tentam ainda persuadir Deus, para ir para o céu. A entrada é lhes negada claro.




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